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segunda-feira, 17 de setembro de 2018

#21.1 [REFLEXÃO] Eu odeio trabalhar



Em homenagem e relembrando um post do Pobretão, originalmente publicado em 11 de janeiro de 2012 resolvi externar um pensamento que tive depois de refletir e que bate um pouco com o texto dele.

Após anos sendo o caxias feliz em cumprir o seu trabalho, que realizava as tarefas como desafios, era prestativo e bem intencionado, o cara workholic que vivia para trabalhar e ficava 9, 10, 11 ou 12 dias trabalhando direto, em algumas empresas cheguei a fazer de 10 a 12 horas ou mais, em viagens de ônibus para o serviço que duravam de duas horas e meia até três horas e meia e no final só me fudendo por ser o cara bonzinho, depois quando vi o quanto o mundo do trabalho ainda mais no Brasil onde o salário é uma MERDA, eu comecei a ver o quanto eu perdi de tempo nessa vida de gado.

O que mais me decepciona é o quanto eu gastei de energia física, social, psicológica e intelectual com essa vida de merda que levei por anos, após levar porradas mentais no setor público vendo pessoas que ganham igual e muitas que ganham mais do que eu fazendo menos do que eu que só fui tomando no rabo, esse foi o pico para meu ódio ao mundo do trabalho. Até meados desse ano eu ainda acreditava no plano da independência financeira, onde eu conseguiria uma quantia X após anos de investimentos e poderia mandar essa rotina de merda tomar no c*, mas após um breve reflexão vi que esse plano dificilmente se concretizará até porque após ver duas mortes na finasfera e na incerteza sobre o amanhã que paira a cabeça de todos, estou quase que largando a ideia de IF.

Sobre os anos que eu gastei nessa vida de empregado no Brasil o que mais me deu raiva é ver que se usasse essa energia para outras coisas, agora eu estaria bem melhor na vida, se eu ao invés de ter trabalhado em uma hamburgueria aqui, fosse para os States e após anos mesmo que ilegal, agora possivelmente teria terrenos, casas, carro e a IF garantida ou se eu tivesse ido para o exercito, teria aprendido muita coisa com a cabeça fresca de um jovem de 18 anos ou então estar trabalhando em empresas de tecnologia se não tivesse desistido de um curso na área, o qual larguei por medo da reprovação por faltas (praticamente já estava reprovado por faltas pois sempre atrasava pela condução lixo dessa cidade, atraso = falta), pois eu morava longe, levando três horas para chegar no local, e depois de tentar entrar em dois ônibus lotadíssimos só conseguia pegar o terceiro ou as vezes nem ele, só o quarto, com uma rotina onde saia do curso, ia para o trabalho a tarde onde saia da labuta depois da meia noite e chegava em casa mais de uma da manhã para acordar três vezes por semana as quatro da manhã, se achar que eu sou nutella eu digo que trabalhava de segunda a segunda com uma folga por semana em uma rede de varejo. Resumindo, fracassei.

Demorei para enxergar que ao invés de ser o mais esforçado eu deveria ser o mais inteligente conseguir o maior resultado com o menor esforço e só me esforçar em objetivos de valor, não adianta esforço sem inteligência, pois isso é coisa de burro de carga. 

Claro pessoal, ainda não desisti de vez da IF, mas o que me dá raiva é ver o quanto é uma merda essa vida de assalariado brasileiro, ganha mal, o chefe acha que é seu dono, condução é um coco, demorada e sem conforto, tudo nesse país é caro e leva meses senão anos, senão décadas para comprar, enquanto em outras nações leva semanas ou um ano ou menos de uma décadas, isso quando não há o risco de assalto ou outro caso em que você pode perder os bens ou propriedade no Brasil. O dinheiro não dá para nada, você é julgado por sua posição, por mais colaborativo que seja para a sociedade, enquanto bandidos e vagabundas são idolatrados pelo povo somente por serem famosos ou estarem em posição de destaque, mesmo que façam atos desaprováveis ou de má conduta. 

A real é que eu ainda trabalho "bem" e me esforço, mas de forma medíocre, dificilmente serei novamente o cara aplicado e feliz com o que faço. O maior ódio é saber que nas noites de domingo após ouvir a musica do Faustão, lembro que segunda de manhã tenho de levantar pegar o ônibus lotado, vendo a feição triste no rosto das pessoas e após duas horas espremido como sardinha chegarei ao emprego que odeio e que aguento por saber da imensa dificuldade que é nesse país de 13 milhões de desempregados, pois agradeço a Deus por ter um emprego por mais que não goste dele.

4 comentários:

  1. Carinha,

    Eu comecei a passear nas paginas da finansfera a cerca de 1 ano. Ainda nao tive a iniciativa de fazer o meu blog...a IF é muito mais do que a tarefa de acumular patrimonio...deve ser uma ideia que deve ser difundida para que possamos quebrar essa lógica de que devemos esperar aposentadoria do Governo...devemos sim fazer a nossa aposentadoria...nos decemls ser responsáveis pela nossa independência....fique firme...pelo que vi vc tem 30 anos...com esse patrimonio, daqui a 10 anos estara muito tranquilo...tenha fé...

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    1. Não sei se viverei muito para ver isso rsrs. Um dos objetivos seria não esperar a aposentadoria do governo, mas eu gostaria de ter mais grana para poder tocar alguns projetos que quero e se possível sair do emprego sem peso na consciência e aproveitar um pouca da vida, pois sempre fui peão, não quero nada ostentador, apenas ser livre e sair o mais cedo possível da corrida dos ratos.

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  2. Não quero cagar regra - até porque cada um sabe de si, sabe onde a coisa aperta mesmo - mas uma moto baratinha não seria de ajuda? Olha que uma hora a mais de sono tem valor... por mais que a gente gaste mais, pode ser um investimento em você...

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    1. Turista, eu já descartei a ideia de comprar moto (cogitei ela), pelo motivo de ser muito arriscado, atravessas 50 km em SP é mais arriscado ainda, juntando-se o fato de motociclista novato (eu teria de tirar carta A), toda semana tem sempre alguma noticia de acidente de moto, semana passada o ônibus em que eu estava passou ao lado de um casal que se acidentou e a mulher estava deitada no chão (viva).

      Aqui não tem para onde correr. O plano seria de eu me mudar para próximo ao local de serviço, mas na incerteza de eu ser mandado embora a qualquer momento, estou praticamente descartando isso.

      Abraços.

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